Foco - Mulher

 Redescobrindo a vaidade aos 60 anos

Quando pequenas brincamos de boneca e casinha: lavar louça, limpar a casa, cuidar do bebê, dando madeira, trocando fralda e etc. Esse é o nosso universo feminino.

Quando crescemos, esse mundo interior acaba tomando outros rumos também. Além de sermos uma boa dona de casa, temos que ser uma ótima mãe, esposa, funcionária exemplar e inteligente.  Se você consegue unir tudo isto e ainda por cima, tiver a casa sempre limpa e impecável!  Sim, você está completa.

Aqui vou falar da minha mãe:
O nome dela é Josefa Anailde, está com 60 anos, e posso dizer que apenas nestes últimos meses redescobriu algumas coisas da vida, que um dia deixou para traz por conta da correria, do dia a dia da vida de uma dona de casa.
Minha mãe cresceu numa família bem humilde, sua mãe (minha avó Adalgisa) trabalhava nas horas vagas como costureira para ganhar algum dinheiro extra e também aproveitava para fazer seus próprios vestidos e de seus filhos, pois não tinha dinheiro para comprarem sempre novos quando precisava. Por sinal é uma ótima costureira, hoje em dia não costura mais por necessidade, mas quando acontece alguma festa de família, me lembro reparar nela sempre bem arrumada com o vestido feito por ela mesma.
O pai da minha mãe (meu avó Henrique) quando novo exerceu o exercito, era um homem elegante e bastante rígido e sério, quase um perfil naquela época.

Todos da família precisaram trabalhar desde novas, as irmãs da minha mãe como babá ou fazendo faxina na casa de estranhos e conhecidos, e minha mãe na época conseguiu o emprego numa fábrica de doces e chocolates.
Meu pai e minha mãe se conheceram faltando uma semana antes do dia dos namorados do ano de 1968. O primeiro encontro foi dentro de um ônibus, meu pai (Francisco de Assis) na época era metalúrgico e minha mãe estava indo para a fábrica, onde trabalhava.  
Eles se casaram no ano de 1971, três anos depois do primeiro encontro.
Minha mãe teve a opção de parar de trabalhar para cuidar apenas da casa e dos filhos que viriam. Ela fez esta escolha e assim se dedicou anos apenas a sua casa, marido, onde os dois  tiveram quatro filhas, uma delas sou eu!

Naquela época muitas mulheres faziam isto, deixavam o trabalho para cuidar apenas de seu lar. Desde novas trabalhavam para ajudar em casa, e quando se casavam e podiam optar de cuidar apenas de sua própria casa, era como se tivessem ganhado na loteria... “Agora vou ficar em casa, e cuidar do meu próprio lar, limpar tudo, fazer o jantar, ser uma boa esposa, ter meus filhos e esperar meu marido chegar”. Escutar isto hoje em dia, até parece grosseria para nós mulheres não é mesmo? Mas era a pura verdade na época. Salvo as exceções é claro, mas falo aqui em nome de muitas mulheres que conheci e relataram à mesma coisa, história da minha mãe, tias, amigas e vizinhas...

 Hoje em dia tudo mudou, a mulher realizada é aquela que cuida de sua casa, incluindo marido e filhos, e fora isto conseguir trabalhar fora, ser uma boa profissional e ainda ter tempo para os amigos, passear, ainda ter tempo pra elas mesmas, e a casa sempre em ordem.
 E se a casa não estiver em ordem, tudo bem, damos um jeitinho, mas isto não será o fim do mundo para nós mulheres.
Nos tempos de hoje, falar sobre isto é normal para nós, independente se você é: casada, solteira, mora sozinha, com os pais, amigas, não importa, esse é o nosso universo feminino atual.
Conversando com minha mãe sobre estas coisas, notei que a mulher não deixou de querer ser a boa esposa e dona de casa, mas isso apenas se tornou muito pouco para nós. Podemos ser tudo isto e muito mais... 
No caso da minha mãe com o passar dos anos, a sua casa perdeu o barulho das crianças, ganhou o som de mulheres, vozes dos genros e logo voltando o som de crianças, suas netas. Graças a Deus a família crescendo!

Mas e o tempo dessa mulher para ela mesma?
Como eu disse anteriormente, há poucos meses atrás ela redescobriu a beleza interior e exterior que existia atrás daquele velho avental. Até mesmo quando se arrumava, sentia que faltava algo. Sabe o que? A própria auto-estima, quando nos sentimos bonitas e seguras, isto faz com que os outros nos vejam assim também e ficamos de verdade mais bonitas.  Por dentro e por fora!
Quem nunca saiu de casa se sentindo bem, gostando de si mesma, e nota que as pessoas ao seu redor, te olham diferentes, te elogiam, porque no fundo você continua a mesma pessoa, não esta mais bonita apenas hoje, mas sim, sua autoconfiança passa as outras pessoas e assim enxergando sua verdadeira identidade.
Com minha mãe aconteceu assim, aos 60 anos começou a passear novamente, e reviver sua própria vida.
Até sua primeira viagem internacional aconteceu, ela e meu pai foram passear e conhecer sua neta, filha de uma de minhas irmãs que mora em Bilbao (Espanha).

Imaginem para aquela mulher que quase não passeava poder conhecer um outro país, podendo aproveitar mais a vida, com certeza seria uma experiência emocionante.
Foi nesse momento da vida da minha mãe que o estalo aconteceu, nem eu imaginava que na volta da sua viagem nasceria uma nova Josefa Anailde, uma mulher mais confiante e vaidosa.  Sua auto-estima com certeza voltou em alta.

 Quando voltou e conversamos, me disse que os dias que passaram por lá, ela e meu pai, entre um passeio e outro, pouco a pouco, ela pode notar que por lá a maioria das mulheres não eram apenas boas donas de casas, mas sim BELAS donas de casa. Não importava a idade, sempre bem maquiadas e arrumadas.
É claro que você não precisa viajar para o exterior para redescobrir a sua vaidade, no caso da minha mãe foi lá que aconteceu o estalo de auto estima que mudaria sua própria vida, mas você estando em qualquer lugar do mundo, precisa apenas se olhar no espelho e nunca deixar de ter sonhos e objetivos a conquistar.
Não importa a sua idade, sempre devemos querer alcançar algo, mesmo que seja ter uma simples roseira na sua casa, quando conquistar, sentirá a alegria de um objetivo realizado, e depois deste tenha mais um e outro, etc.
E nunca se esqueça, goste do “espelho”, quando se olhar, reveja seus olhos, seu cabelo, passe uma maquiagem, comece aos poucos se preferir, um batom, um blush, fazer uma escova mesmo que vá ficar em casa, vai notar a diferença dentro de você,vista aquela roupa que você gosta, emagreça se achar que deve, ou engorde também, você vai descobrindo aos poucos aonde que esta o seu estalo, e ai quando se olhar novamente vai ver a linda mulher que você é. Porque não existe idade, a auto-estima deve estar sempre presente dentro de nos. Com minha mãe ela redescobriu aos 60 anos a sua beleza interior que na verdade ela apenas tinha deixado pra trás.

Você com 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 anos, não deixem de gostar de vocês mesmas. A falta de auto-estima não acontece apenas em mulheres da terceira idade. Eu já pude notar casos de garotas jovens que não gostam de algo nelas e assim se escondem delas mesmas.
Minha mãe é esta da foto, hoje ela é outra pessoa, não por fora, mas principalmente por dentro, hoje ela tem mais autoconfiança e com isto, ganhou mais ânimo para continuar sua vida fazendo o que tanto gosta, principalmente sendo mais feliz.

Minha mãe é assim: ótima mãe, esposa, avó, irmã, amiga, resumindo uma BELA dona de casa!
Às vezes, me surpreendo com minha mãe, pegando meu batom, sombra emprestada. (risos).
Esta é a minha mãe, linda e completa!

Antes 


Depois.

Depois.
Minha mãe(Josefa Anailde) e meu pai (Francisco de Assis)

Depois